quinta-feira, 27 de março de 2014

Celebrando o empreendedorismo



Hoje no meio organizacional fala-se muito em estimular o colaborador a pensar "fora da caixa" para inovar! Mas isso, de certa forma, é um discurso camuflado e até mesmo demagógico. O pensar "fora da caixa" nos remete à quebrar regras, questionar, agir fora dos padrões e ir além. 
Qual empresa realmente nos estimula a ser diferentes, quebrar regras e questionar procedimentos?
Na verdade não há um estímulo verdadeiro para que se pense fora da caixa nas organizações, no máximo nos darão uma caixa maior para pensar.
Segue um texto pra reflexão:

Tive a oportunidade de falar em uma aula para empreendedores na Universidade local no “Dia da Profissão”. Disse-lhes que, há menos de 200 anos, a maioria da população era composta de empreendedores. Muitos eram fazendeiros, rancheiros ou vaqueiros; outros eram indivíduos que os serviam através de seus negócios: ferreiros, carpinteiros de rodas, curtidores, açougueiros, padeiros, fabricantes de castiçais, e centenas de outras profissões, todas dependentes de altos níveis de habilidades especiais.

Porém, a era da indústria, juntamente com o apelo de empregos com altos salários e baixa exigência quanto a habilidades, atraiu a maioria dessas pessoas, tirando-as de seus negócios. Rapidamente ficaram acostumadas à segurança da carteira assinada.

A educação se adaptou e começou a ensinar os valores da era industrial: chegar no horário, fazer o que lhe mandam, não fazer perguntas e evitar cometer erros. Resultado? A sociedade como um todo perdeu as habilidades necessárias para conduzir um negócio ou sequer chegou a aprendê-las. Perde-se, ainda, a infraestrutura necessária para aprender habilidades, o aprendizado de anos de treinamento, adquirindo habilidades e perícia profissional que não podem ser aprendidas de outra maneira.

É estimulante assistir programas de TV que honram os donos de pequenos negócios. Retratam sua vida e são um encorajamento para que outros abram negócios de antiguidades, oficinas para restauração de carros, cafés e outros empreendimentos. Mostram o entusiasmo, a coragem e o prazer de ser empresário. Muitos empreendedores que conheço admitem que a história de seus negócios daria um belo reality show.

Cresci num negócio de leilões, trabalhei numa loja de penhor, gerenciei uma loja de varejo e toquei numa banda de rock. Tudo isso me preparou para ser dono de um laboratório fotográfico, de um café e atualmente de um negócio de fotos comerciais. É claro que empreendedores não são um fenômeno atual ou algo que tenha começado no século XVIII. Na verdade a Bíblia apresenta muitos exemplos:

Abraão foi dono de gado e terras. Noé reuniu grande habilidade para construir a arca. Antes de se tornar rei, Davi foi pastor. Neemias foi copeiro real e possuía compreensão e habilidade de líder para dirigir uma grande equipe de reconstrução. Vários dos seguidores de Jesus foram profissionais da pesca. Paulo confeccionava tendas e sem patrocínio corporativo! Em 1Tessalonicences 4.11 ele escreveu: “Procurem viver em paz, tratem dos seus próprios assuntos e vivam do seu próprio trabalho, como já dissemos antes”.

Hoje, pessoas que abrem seu próprio negócio são geralmente vistas como aventureiras, que assumem riscos, mas na verdade, ao longo dos séculos, os empreendedores têm desempenhado papel indispensável na sociedade. Talvez tenhamos mais empreendedores nos anos vindouros.

Então poderemos verdadeiramente trabalhar “como para o Senhor, e não para os homens” (Colossenses 3:23).

Jim Mathis